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Arquitetos: Díaz Fernández Arquitectos
- Área: 227 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Nico Saieh, Simón Díaz Santis

Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado na costa desértica da Região de Coquimbo, no Chile, o projeto surge como uma resposta arquitetônica a um ambiente extremo e belo — um território moldado pelo sol, vento e a ocasional chuva. Responsável tanto pelo projeto quanto pela construção, nosso escritório encarou a edificação como um exercício de integração entre o lugar, a materialidade e o ato de habitar.


A casa se desdobra como uma sequência de volumes que seguem um gesto sinuoso — uma linha serpentina suave que dá movimento e coerência ao projeto. Linhas retas são interrompidas por uma única curva, e é precisamente no ponto de encontro entre o linear e o curvo que a entrada principal é definida. Esta parede curva, embora suave em forma, é pesada em sua materialidade, mas translúcida em sua composição, criando um momento paradoxal de tensão e acolhimento. O projeto encontra sua unidade neste gesto contínuo, que simultaneamente define, enclausura e conecta.

Através dessa geometria, os volumes são articulados por pátios e caminhos de circulação que geram momentos de pausa, sombra e ventilação. Essa fragmentação controlada permite que a arquitetura se adapte ao terreno, estabeleça diversas escalas de intimidade e abra o interior para a paisagem costeira sem expô-la completamente. O movimento pela casa se torna uma transição gradual — uma coreografia entre a exposição exterior e o recuo interior.

A estrutura combina aço inoxidável e madeira laminada, equilibrando força, leveza e calor em resposta às condições climáticas do local. O envoltório utiliza materiais simples, mas expressivos: blocos de concreto ventilados, painéis de fibrocimento cinza escuro e chapas metálicas pintadas em um tom de cobre envelhecido.

Essas escolhas atendem às demandas técnicas do deserto — durabilidade, baixa manutenção e desempenho térmico — enquanto compõem uma paleta em diálogo com a paisagem. O cinza repousa como sombra no piso; o cobre, nascido da terra, antecipa a passagem do tempo. Por dentro, o contraste é total: superfícies brancas e luminosas amplificam a luz natural, promovendo uma atmosfera calma e fresca.


AD-31 não é apenas uma casa de férias — é um refúgio. Uma arquitetura que respeita o poder dos elementos enquanto propõe um lugar para uma vida sólida e contemplativa.






















